Câncer faz mais uma vítima em Grajaú: Maria José, esposa do Barreirinho, morre aos 77 anos

Maria José deixa o esposo, três filhos, seis netos, dois bisnetos e muitos amigos. O enterro está marcado para 16h de hoje

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“Ela sempre foi o lado forte do casal, me ensinou quase tudo, inclusive a dançar e curtir com bom humor o que a vida, mesmo na dificuldade, tem a nos oferecer”, comentou Antônio Magalhães de Araújo (o Antônio do Barreirinho), sobre sua esposa, Maria José Jorge Araújo, de 77 anos, que faleceu vítima de um câncer no pâncreas, na madrugada desta sexta-feira (11), no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia-GO.

A vida

Dona Maria José, 77 anos (Foto: Arquivo da família)
Dona Maria José, 77 anos (Foto: Arquivo da família)

Filha de Graciliano Martins Jorge (conhecido como Seu Grací) e de Inocência Ferreira Jorge (conhecida de todos por Tia Dona do Grací, e por seus lanches com pão de ló), Maria José nasceu na localidade Brejinho, município de Grajaú, aos 22 de dezembro de 1938. Era a caçula de dois irmãos, 15 anos mais jovem do que o irmão Raimundo Martins Jorge, já falecido.

Quando jovem, morou no lugar chamado São Raimundo. Conheceu o primo legítimo Antônio, em Grajaú, quando morava na casa de sua madrinha Agenoura, onde hoje está o Banco do Brasil no centro; casou-se com 20 anos, e foi morar com esposo na Fazenda Barreirinho, localizada a 10 Km de Grajaú, na MA-006, sentido Arame.

Na década de 1970 retornou à cidade para garantir o estudo dos três filhos: Janete, Jânio (comerciante de Polpa de Frutas), e José Garcia (oficial de justiça) em Grajaú. Antônio do Barreirinho, que é agropecuarista, abriu uma usina de pilar arroz no bairro Expoagra, negócio que garantiu o sustento da família por muitos anos.

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Maria José com seus familiares (Foto: Arquivo da família)

O trabalho e companheirismo junto ao marido era o forte de Maria José. Na área profissional, fez o curso de corte e costura, tornando-se uma das melhores costureiras de bordado, tricô, crochê e de tapetes. Atualmente administrava com o esposo e o filho Jânio, a venda de polpas de frutas. Além das atividades domésticas, também fabricava sabão caseiro, trabalhos que dignificavam e davam vida à grajauense.

Para Antônio do Barreirinho, a partida da mulher, como não poderia deixar de ser, está sendo muito difícil. Por 57 anos eles construíram juntos, vida, família e sonhos. “Não sei como dizer ao coração que agora está e ficará sem ela”.

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Na comunidade

Era uma pessoa cheia de vida e de alegria, nunca perdeu um carnaval ou arraial, sempre contagiando a todos com seu amor pela vida. Maria José foi uma das fundadoras da Escola de Samba ‘Carajás’, que depois passou a ser ‘Unidos do Portão’, do então, Antônio Eduarda Nava; ela liderava a ala das baianas com muita energia e alegria. Grande incentivadora dos bailes da Saudade e Cheiro da Mata, também pulava para valer no bloco de fofão ‘Cala boca’. No São João, sempre foi o noivo da quadrilha Balaio de Gato (mulheres trajadas de homens); muitas foram as apresentações no Arraial do Portão organizado pelos moradores da Rua 7 de Setembro e os Vicentinos.

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Maria José e Drª Meire, alegria na Escola de Samba Unidos do Portão (Foto: Arquivo da família)

Maria José era ainda flamenguista “doente”. Zelosa com a saúde, fazia caminhadas, pilates e aulas de dança com a Katia Rossana. E não ficava para trás com o uso das novas tecnologias. Após fazer um curso de computação, o whatsapp e as redes sociais, além de ser um hobby, lhe deixava atualizada dos fatos. Católica e amante das devoções populares, participava ativamente do grupo Apostolado da Oração na catedral, e das novenas e grupos de família. Ela também ajudava e participava da Festa de Santo Reis e do Divino Espírito Santo. Gostava também de viajar, conhecer novos lugares e pessoas. Recentemente junto com o amigo Dr. Josemar e sua esposa, Maria foi à Bolívia e Portugal.

Velório e Sepultamento

Maria José deixa o esposo, três filhos, seis netos, dois bisnetos e muitos amigos; seu corpo deverá chegar a Grajaú nesta madrugada (12). O velório será em sua residência na Rua7 de Setembro, próximo a ponte de madeira em frente à Biblioteca Pública “Jarbas Passarinho”, no Centro. O enterro, no Cemitério Público do centro, com a missa de corpo de presente na Catedral Nosso Senhor do Bonfim, está marcado para as 16h.

Rua 7 de setembro, centro, local que Maria José morou por mais de 40 anos (Foto: Francisco Matias/GF)
Rua 7 de setembro, centro, local que Maria José morou por mais de 40 anos (Foto: Francisco Matias/GF)