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Fascismo

O fascismo é um regime de governo altamente nacionalista e autoritário que teve grande relevância na Europa no século XX, após a Primeira Guerra Mundial, quando o sistema liberal e democrático foi seriamente questionado. Assim surgiram propostas políticas de esquerda, como socialismo, que assustaram a burguesia e os cidadãos mais conservadores, que andavam descrentes com os sistemas políticos de seus países, o que possibilitou o surgimento de líderes radicais, com discursos inflamados, tendo como figuras centrais Benito Mussolini, na Itália fascista e Adolf Hitler, na Alemanha nazista.

Com idéias altamente contrárias ao liberalismo, marxismo e anarquismo, o fascismo é classificado como um regime de extrema-direita marcado por um governo ditatorial e militarizado. A palavra fascismo vem do latim fascio (feixe), pois um dos primeiros símbolos fascistas foi o fascio littorio, que consistia num machado envolvido num feixe de varas e era utilizado nas cerimônias do Império Romano como um símbolo de união. Após os estragos causados por essa ideologia na Segunda Guerra Mundial, a palavra fascismo foi ganhando novos significados. Sendo comum denominarmos “fascismo” ou “fascista” um indivíduo ou movimento que defende a repressão violenta para resolver problemas da sociedade.

Os regimes fascistas valorizam de forma intensa o sentimento de nacionalismo, utilizando todas as formas possíveis de manipulação da população, seja através da mídia (Exemplo: Fake News), da religião (Exemplo: Pelo bem da família tradicional) ou mesmo da violência.

O fascismo estabelece um governo totalitário que exerce o controle absoluto dos direitos dos cidadãos, seja no contexto político, cultural ou econômico. Além disso, o governo incita o corporativismo entre todos os setores da sociedade com o objetivo de criar um “Estado Orgânico” visando garantir que todas as classes, de todas as áreas, estejam sempre em harmonia com os ideais do governo, mesmo que isso venha a prejudicá-las.

Os regimes fascistas possuem uma necessidade constante de preparar a nação para um conflito armado. Com esse objetivo, são propagados discursos de terror para causar um sentimento de insegurança e paranóia na população, que busca se unir para lutar pela mesma causa. Assim, o fascismo utiliza o medo como instrumento de motivação. Nesse modelo existe a utilização da força e da violência para atingir seus objetivos. Por esse motivo, o governo dedica quantidades desproporcionais de recursos ao financiamento de armas e guerras, chegando a negligenciar outras áreas como saúde ou educação. Neste tipo de governo, soldados e militares são vangloriados pelas massas, a polícia é altamente militarizada e possui ampla autonomia para lidar com problemas domésticos que normalmente não necessitam de participação militar.

Em uma sociedade militarizada e em constante confronto, os ideais do governo são constantemente impostos de forma violenta, convencendo os cidadãos de que os direitos humanos não são prioridade. Assim, no fascismo não existe valorização da liberdade, da integridade física, da igualdade ou mesmo da vida. Nos regimes fascistas, o desprezo pelos direitos humanos é transmitido para as populações, que passam a serem coniventes com práticas como execuções, torturas, prisões arbitrárias, linchamentos, justiça com as próprias mãos, dentre outras.

É comum vermos no modelo fascista, governos utilizando a religião a seu favor para manter os ideais da população alinhados e reunir mais seguidores. Dessa forma, passam a traçar paralelos forçados entre preceitos religiosos e ideologias políticas para manipular as pessoas, colocando a nação acima de todos e Deus acima de tudo, como se Estado e religião fossem indivisíveis.

A fim de manter a integridade do sistema, os regimes fascistas tendem a controlar os meios de comunicação. Por vezes, o controle é exercido diretamente pelo governo e, em outras, a mídia sofre regulação indireta, tendo inclusive corte de verbas publicitárias de governo para determinados meios de comunicação. Considerando que os governos fascistas possuem o apoio da população, aqueles que não se adéquam aos ideais da nação são abertamente hostilizados, inclusive com campanhas como “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Por esse motivo, intelectuais e artistas com a capacidade de questionar o regime e influenciar o povo a fazer o mesmo são difamados e perseguidos, e qualquer forma de insurgência contra o Estado é rechaçada de forma violenta.

O início do fascismo no Brasil teve como representante Plínio Salgado, que fundou a Ação Integralista Brasileira, no ano de 1932. Salgado adotou um lema em tupi-guarani “Anauê”, a letra grega “sigma” como símbolo e vestiu seus simpatizantes de camisas-verdes. Defendia um Estado forte, mas rejeitou o racismo publicamente, por ser esta doutrina incompatível com a realidade brasileira. Anticomunista, se aproximou e apoiou Getúlio Vargas até o golpe de 1937, quando a AIB foi fechada, assim como os demais partidos brasileiros. Desta maneira, alguns militantes integralistas promoveram o Levante de 1938, mas que foi rapidamente sufocado pela polícia. Plínio Salgado foi conduzido ao exílio em Portugal e muitos de seus companheiros, presos.

Durante o Estado Novo, sob o comando de Getúlio Vargas, o Estado brasileiro ganhou características fascistas como a censura, o uni partidarismo, a existência de uma polícia política e a perseguição aos comunistas. No entanto, não foi expansionista e nem escolheu nenhum outro povo para ser alvo de ataques. Assim, podemos afirmar que o Estado Novo foi nacionalista e não fascista em sua totalidade.

Nas últimas eleições, desde a redemocratização e a constituição de 1988, observa-se uma crescente nos ideais fascistas no Brasil, influenciada por movimentos geopolíticos, crise econômica, crescente descrença nas instituições e um sentimento nacional de combate a corrupção, fazendo com que a própria população abandone ideais republicanos de um Estado de Direitos. É válido atentar-se a esses movimentos, questionar a real necessidade dos mesmos e defender as bases de uma nação democrática, onde o poder emana do povo, para o povo, com o povo.

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