SÃO LUÍS – Na manhã desta quarta-feira (22), moradores do Bairro Piquiá de Baixo, em Açailândia (MA), vieram em excursão do interior do Estado para protestar contra a demora no processo de reassentamento na sede da Gerência Habitacional da Caixa em São Luís, que coordena o projeto.
Há 30 anos, os moradores sofrem com a poluição causada pelo polo industrial que rodeia o bairro. A demora no processo de reassentamento vem preocupado a população que sofre de doenças de pele e pulmonar pela inalação e absorção de pó de ferro e outras substâncias prejudiciais à saúde humana.
Os moradores exigem celeridade, pois aguardam, há quase um ano, pela aprovação do projeto executivo do novo bairro pela Gerência Habitacional da Caixa, em São Luís, que segundo eles, tem colocado diversos entraves, alguns que até contrariam a própria portaria do Ministério das Cidades para o Programa e a legislação urbanística vigente no município de Açailândia (MA).
Desde 2008, após avaliar as possibilidades, os moradores decidiram lutar pelo reassentamento em um local livre de poluição, pois o nível de degradação do local é muito alto, e afeta o solo, vegetação e rios que foram contaminados pelos resíduos vindo das chaminés das siderúrgicas. Uma equipe médica do Instituto dei Tumori de Milão realizou pesquisa avaliando a insuficiência respiratória dos moradores de Piquiá de Baixo por meio de estudos espirométricos e identificou 28% de casos patológicos, enquanto a média dos estudos realizados em outros países varia de 4 a 14% (2016).
O Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado do Maranhão estiveram conduzindo uma mesa de negociações visando à efetivação do reassentamento. Essa mesa incluiu as indústrias de ferro gusa (representadas pelo SIFEMA), a Vale S.A., a Prefeitura Municipal de Açailândia e o Governo do Estado do Maranhão, além da Associação de Moradores e das entidades que os apoiam.
(Imirante)