MARCIO VIANA |
Vivemos uma crise ética na politica do Brasil sem precedentes. O PT hoje pode ser considerado o pior partido do período republicano, pois, a roubalheira da Petrobrás é o maior escândalo de corrupção da história da política brasileira.
Por que um partido de esquerda com ideais revolucionários, ao chegar à presidência em 1998 com então presidente Lula, inverteu todos os princípios da verdadeira democracia e deixou-se corromper pelas forças que administram o Congresso Nacional? Pois, em nome da governabilidade precisava permanecer no poder à custa de alianças esdrúxulas com aqueles que defendem a linha de pensamento político do então filósofo florentino Nicolau Maquiavel.
A ciência política fora sistematizada pelos filósofos gregos com o objetivo de apresentar um estado ideal, desse modo temos o nascimento de uma corrente de pensamento chamado idealismo político, tão defendido pelo célebre filósofo Platão na obra utópica A República ou Da Justiça. Nesse trabalho, o pai da Academia, apresenta uma sociedade dividida em classes: comerciantes, guerreiros e filósofos. Para ele só os últimos estariam preparados para governar uma cidade. Os comerciantes não teriam os pré-requisitos necessários por pensarem somente em lucro. Os guerreiros, também não, por serem responsáveis apenas pela segurança da polis. Enquanto que as classes dos filósofos seriam a única capaz de gerir bem o destino de uma cidade, pois, somente eles teriam uma visão de toda a sociedade. Partindo dessa divisão de classes ele defende a formação de uma sociedade harmônica e afirma que isso só se tornará possível quando os membros das diferentes classes que compõe a polis grega desenvolverem muito bem as suas funções. Assim sendo podemos concluir afirmando que todos os profissionais de uma comunidade são importantes para a construção daquele estado ideal, desde que exerçam com maestria os seus ofícios.
Assim sendo vimos na história essa visão de pensamento político perdurar-se na história até o nascimento no período renascentista de um filosofo italiano conhecido como Nicolau Maquiavel que inaugura aquilo que chamamos na História de Filosofia de realismo político. Qual então a diferença entre essas duas escolas de pensamento? A primeira mostra uma ética do devir inesperada do universo político. A segunda apresenta uma ética realista que deve ser utilizada para a conquista e manutenção do poder.
Porque para respondermos a pergunta supracitada trouxemos à tona todo esse raciocínio a partir de uma digressão histórica? Para mostrarmos que na contemporaneidade persiste a ética de Maquiavel em detrimento dos ideais políticos platônicos. Quando acima apresentamos que o PT inverteu todos os princípios democráticos em nome da sua permanência no poder queríamos demonstrar que o “partido revolucionário” fez uma opção pela ética dos meios necessários para manutenção do poder em prejuízo dos verdadeiros fins políticos Aristotélico. E os meios utilizados são: a prostituição dos poderes constituídos, a corrupção desenfreada, o aparelhamento ideológico do estado brasileiro, o fisiologismo partidário e a polarização do discurso classista pelo ex-presidente Lula ao afirmar reiteradamente que os ricos representantes da burguesia brasileira odeiam os pobres excluídos pelo sistema capitalista.
Portanto vimos que diante dessa crise ética na política brasileira ser necessário a realização da tão propalada reforma política e uma mudança de pensamento por parte dos eleitores brasileiros que precisam votar pela boa administração e não pela troca de favores clientelistas (bolsa família) que só favorecem à alienação.
*Professor Marcio Viana é filósofo e colunista do Jornal Grajaú de Fato