Filho de Grajaú, Ednaldo dos Santos Lima, 24 anos, se tornou conhecido desde cedo na cidade por passar boa parte de sua infância e juventude envolvido em trabalhos da Igreja Catedral. No cargo de sacristão, o garoto franzino de cabelos encaracolados abraçou como pôde as oportunidades que ganhou da Igreja com o suor do próprio trabalho. “Esforço” é a palavra mais apropriada para definir a força de vontade do jovem Ednaldo, criado pela tia, conhecida por “dona Fátima do seminário”, residente na rua do Areão, em Grajaú.
Hoje, Ednaldo, conhecido por “Fogoió”, não trabalha mais na diocese de Grajaú. Acadêmico do 6º período do curso de Zootecnia, pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), dedica a maior parte de seu tempo aos estudos, além de praticar o trabalho que considera uma verdadeira arte: a Topeária processo de desenhar e elaborar esculturas em plantas. “Comecei a valorizar e preservar o meio ambiente a partir do momento que comecei a trabalhar com os jardins na catedral de Grajaú”, revelou Fogoió.
Projeto de Preservação ambiental na UEMA de Grajaú
Há três anos estudando zootecnia, Fogoió foi alimentando um desejo ambiental, totalmente distante do que estuda na universidade. Trata-se do projeto de criação de um jardim ornamentado para ser desenvolvido nas dependências da UEMA, o qual apresentou o primeiro projeto à professora Iracilda de Souza Falcão, assistente do Centro de Estudos Superiores de Grajaú (CESGRA-UEMA) que fica localizado na rua da Mangueira, bairro Rodoviário, num prédio do antigo Centro de Atenção Integrada à Criança (CAIC).
Com objetivos claros, Fogoió sabia que um bom projeto de cunho ambiental que proporcionasse um local agradável, aconchegante, e ao mesmo tempo atentasse para a consciência ambiental, seria aprovado. “A idéia era educar a comunidade, como também os acadêmicos, visitantes e funcionários da universidade para a importância de preservar o meio ambiente, visando à melhoria das condições sócio-ambientais no desenvolvimento do Centro”, ponderou.
Em pouco tempo Fogoió viu seu projeto ir parar na Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Grajaú. Aprovado, o projeto se encontra em plena execução. Para a realização foram comprados diversos equipamentos e plantas ornamentais. Uma aquisição inicial de R$ 1.600,00, além desse total, há um investimento posterior para a manutenção mensal do jardim, cujo valor a prefeitura não assumiu.
De acordo com o universitário, a manutenção deve acontecer permanentemente e, para isso, há uma possibilidade de a prefeitura disponibilizar um de seus funcionários para este trabalho. “Espero que o funcionário possa dar continuidade ao desenvolvimento do projeto”, sublinhou.
Preservação do meio-ambiente em Grajaú
Para Fogoió, a população de Grajaú ainda não despertou para as questões de preservação ambiental. “Eu vejo campanhas promovidas pela Secretaria de Meio Ambiente e outros órgãos que atuam na área, mas as pessoas não conseguem preservar”, alfinetou. “Um fato concreto que eu observei aconteceu no campo society da Cidade Alta. Ali foram plantadas várias palmeiras imperiais e algumas já foram danificadas”, concluiu.
O jovem chama a atenção da população grajauense para essas pequenas questões. Afirma ele, que seu projeto foi pensado para conscientizar os cidadãos a valorizar mais a cidade, preservando a natureza. Fogoió também chama a atenção dos órgãos competentes para a situação do Olho D’Água do bairro Trizidela, abastecedor de água de boa parte da zona urbana de Grajaú. Destacou, ainda, que se não houver um empenho dos órgãos competentes e da própria população, toda a natureza que ali se encontra será destruída. “Ainda há tempo para recuperar essa área, mais é preciso um trabalho intenso e que a comunidade reconheça a importância desse ambiente natural que, atualmente, fornece água potável para o próprio bairro”, lembrou.
Conscientização da Juventude
Segundo o universitário, a juventude de Grajaú não tem interesse por essa problemática da preservação do meio ambiente. “Os jovens estão muito dispersos e preocupados com coisas superficiais e não querem assumir responsabilidades. A onda é não fazer nada, é só curtir. No futuro nossos jovens sentirão e vivenciarão as consequências desta falta de responsabilidade e amor pela natureza e o ambiente em vivemos”, finalizou.