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Criança indígena é morta próxima de Grajaú a tiros

Os Guajajara também informaram que há hipóteses de os assassinos serem os mesmos que, no início de 2007, assassinaram Timóteo Guajajara

Na noite da última segunda-feira, 5 de maio, por volta das 21h, dois homens armados invadiram a aldeia Anajá, do povo Guajajara, na terra indígena Araribóia, próxima ao município de Arame e Grajaú. Segundo os indígenas, os criminosos chegaram em uma moto e sem falar começaram a atirar. No meio da correria, a menina M.A., 6 anos, levou um tiro na cabeça e morreu na hora, deixando seu irmão de 12 anos ferido no pé.

Os Guajajara também informaram que há hipóteses de os assassinos serem os mesmos que, no início de 2007, assassinaram Timóteo Guajajara. Desde então, eles estão ameaçando os indígenas e provocando um clima de terror na região dos guajajara.

Com medo das ameaças, muitas famílias indígenas se mudaram para o interior da terra indígena. “Não é mais possível viver dessa maneira com tranqüilidade, nunca sabemos de onde e nem quando virá o próximo ataque”, revelaram alguns indígenas.

A região de Arame concentra a maioria dos casos de violência contra os povos indígenas no estado do Maranhão. Ano passado cinco indígenas foram assassinados no mesmo território. Este ano já ocorreu pelo menos um assassinato na região. Em fevereiro, dois indígenas foram agredidos a pauladas quando saíam de uma seresta na cidade de Arame. Um deles morreu e outro ficou gravemente ferido.

A invasão de aldeias indígenas tem se tornado comum no Maranhão.

Só em 2007, duas aldeias da terra indígena Araribóia sofreram ataques deste tipo. No dia 16 de abril, a aldeia Cururu foi invadida por comerciantes e moradores da área urbana de Arame. Foram queimadas casas, destruídas partes da aldeia e índios foram deixados feridos a tiros.

Em 15 de outubro do mesmo ano, 20 homens fortemente armados invadiram a aldeia Lagoa Comprida, no município de Amarante do Maranhão, e mataram a tiros Tomé Guajajara, 69.

De acordo com os indígenas, “não é possível suportar mais essa situação exigimos providência das autoridades em relação a esses crimes”. O clima entre eles é de descrédito em relação à punição dos criminosos. Os indígenas estão com medo de represálias e exigem a presença da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e da Polícia Federal na área.

Fotos: Geraldo Abdias Lopes, membro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) da região

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Redação Grajaú de Fato
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