Cerca de 30 prefeitos do interior do Maranhão se reuniram ontem (26) com o governador Flávio Dino. O grupo trata-se dos gestores dos municípios com os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano Municipais (IDHM) do Estado, entre os municípios, os vizinhos Arame, Jenipapo dos Vieiras e Fernando Falcão. Além de prefeitos, participaram também alguns secretários municipais.
No encontro Flávio Dino lançou o plano emergencial da melhoria dos indicadores sociais das cidades menos desenvolvidas do Maranhão. “Eu nem lembro mais quais foram os prefeitos que me apoiaram ou não (risos). Nesse instante não é essa a questão que conta, evidente que temos aliados, que prestigiamos, mas no que se refere à ações administrativas, o governador não leva isso em conta, levamos em conta a situação de cada um dos municípios. Por isso convidamos todos, independente de vinculação e partido”, assegurou na reunião que dispensou partidarização.
Dino apresentou ações de imediata execução. “Nós temos ações emergenciais que serão desempenhadas ainda este ano, relativas a todos aqueles campos que compõem o IDH, em especial educação, saúde e renda. Estamos apresentando hoje a nossa proposta, que são ações imediatas: o combate ao analfabetismo, ações relativas à habitação rural, as famosas casas de taipa e substituição das escolas precárias que vamos substituí-las imediatamente”, garantiu.
As ações serão desenvolvidas a partir da elaboração de um indicativo social pela equipe técnica do Governo do Estado, com o objetivo de mensurar resultados reais. “Estamos propondo que em cada município seja construído um Comitê, o Mais IDH Municipal, para tratar das ações estruturantes de médio e longo prazo. Precisamos ter indicadores confiáveis para que os setores sociais possam acompanhar as ações do Pode Público, constantemente. A primeira parte que já estamos implementando é a da construção de indicadores sociais para já em 2016 termos melhorias”, revelou.
PIB cresce, mas o povo continua pobre
O secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, ressaltou a importância da ação governamental para reverter o desequilíbrio entre a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) e a pobreza da população. “Nós temos um estado que cresceu o PIB e uma população continua pobre. Estamos entre os menores IDH’s do Brasil. Para superar isso é preciso repensar a matriz de desenvolvimento do Estado e elaborar um conjunto de ações iniciais e estruturantes nos municípios de menor IDH e só será possível em um esforço conjunto”, avaliou.
Entre as ações, Francisco Gonçalves destacou algumas, de competência de sua pasta, que são primordiais para que o projeto seja iniciado. “São ações que irão ser iniciadas nos próximos três meses, que têm caráter estruturante e emergencial, como documentar a população, pois se a população não tiver documentada, ela não terá acesso às oportunidades, direitos e benefícios. Nas próximas semanas, os Caminhões da Casa do Cidadão, os antigos Vivas, irão para todos os 10 municípios de menor IDH fazer um grande mutirão”, afirmou.
Um dos apoiadores da ideia, também responsável pela mobilização direta com os municípios maranhenses, presidente da federação dos Municípios Maranhenses (Famem) e prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim, elogiou a iniciativa e disse que a Federação defenderá os interesses dos municípios. “Aproveito para destacar e ressaltar a iniciativa do Governo do Estado, no seu primeiro mês de governo, já demonstrando uma gestão participativa”, disse.
Os 30 municípios que apresentaram os piores IDHM:
Fernando Falcão
Marajá do Sena
Jenipapo dos Vieiras
Satubinha
Água Doce do Maranhão
Lagoa Grande do Maranhão
São João do Caru
Santana do Maranhão
Arame
Belágua
Conceição do Lago Açu
Primeira Cruz
Aldeias Altas
Pedro do Rosário
São Raimundo do Doca Bezerra
São Roberto
São João do Sóter
Centro Novo do Maranhão
Itaipava do Grajaú
Santo Amaro do Maranhão
Brejo de Areia
Serrano do Maranhão
Amapá do Maranhão
Araioses
Governador Newton Bello
Cajari
Santa Filomena do Maranhão
Milagres do Maranhão
São Francisco do Maranhão
Afonso Cunha