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Grajauenses querem saber aonde foi parar o dinheiro do Programa Bolsa Família


Nas duas últimas sextas-feiras, dias 26 de junho e 3 de julho houve manifestos em frente ao Ministério Público (MP) e Câmara Municipal de Vereadores de Grajaú. O motivo é que 50% dos repasses mensais do benefício do Programa Federal de Assistência Social Bolsa-Família foi cortado.

Em Grajaú, o Programa Bolsa-Família é coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, cuja coordenadora é Dinorá Veloso. Durante os manifestos, 130 pessoas denunciaram a diminuição do repasse ao Ministério Público. As ruas dos prédios ficaram intrafegáveis com a presença, principalmente de mulheres indignadas que exigiam explicação para a diminuição dos recursos. Para conter os protestos, a Polícia Militar foi acionada.

Ainda na quarta-feira, 3, os beneficiários se dirigiram ao MP para participar de uma audiência pública convocada pelo promotor de justiça, Tarcísio de Sousa Bonfim, da Comarca do município de João Lisboa. Atualmente ele responde pela Drª Carla Mendes, que está em férias. A reunião tinha por objetivo obter esclarecimentos de Dinorá Veloso sobre a diminuição do recurso depois do último recadastramento.

De acordo com o técnico ministerial, Adriano Silveira, houve um engano, pois o promotor se encontrava em viagem. Dinorá e a secretária de Assistência Social, Rossicléia Albuquerque Chaves de Arruda, negaram que houvesse reunião marcada e os beneficiários afirmaram que a informação partiu do programa de TV Grajaú Realidade, apresentado por Djacy Oliveira.

Adriano informou ainda que por determinação do Dr. Tarcisio, ele estaria, juntamente com a Assistente Social da Secretaria ouvindo as pessoas e colhendo denúncias para obter um diagnóstico da situação, que posteriormente será repassada a todos.

No fim do mês de junho, o presidente da Câmara de Vereadores, Clesiomar Martins Viana, agiu para intermediar o impasse entre os beneficiários do Programa e a Secretaria de Assistência Social. O diálogo não foi possível, pois a Dinorá Veloso não compareceu, nem deu explicações sobre os cortes.

A ausência de Veloso na Câmara Municipal provocou mais revolta dos beneficiários que seguiram em marcha para a sede do Programa Bolsa-Família, na Rua Patrocínio Jorge, no Centro de Grajaú. “A Secretária vem tratando a questão com descaso, isso não pode ficar assim”, diziam alguns.

A moradora do bairro Vilinha, Gracilene Santos Leal, mãe de três filhos, recebia do Programa 122 reais. Após o último recadastramento, ela passou a sacar apenas 60. “Eu não entendo porque isso está acontecendo, exijo uma explicação, pois continuo na mesma situação de pobreza”, revelou frustrada.

Da mesma forma, Isteane Silva Oliveira, também moradora da Vilinha, disse que exige esclarecimentos desde o dia 3 de junho, mas, segundo ela, a insistência só tem gerado mais angústia. Isteane afirmou que já sofreu ameaças por sua insistência. “Estava no Arraial Zeca Teixeira, quando fui surpreendida pelo conhecido Nego Panela, e outros que me abraçaram e disseram: “Essa aqui a Dinorá [coordenadora do Programa em Grajaú] vai mandar dar uma surra”. Assustada, ela questionou: “O quê?”. Panela respondeu: “É brincadeira”, divulgou.

As ameaças não pararam por aí. A também moradora da Vilinha, Ednalva Lima de Sousa disse que Dinorá Veloso a interrogou por três dias. “Ela me colocou numa sala trancada, fez perguntas e me forçou a mentir sobre minhas condições financeiras e a dizer que eu não precisava do Programa Bolsa-Família”, desabafou.

Os beneficiários grajauenses já não têm mais a quem recorrer. Isteane lamenta e diz que se sente lesionada pela cumplicidade da Secretaria de Assistência Social de Grajaú, a Caixa Econômica Federal (CEF) de Barra do Corda e Imperatriz.

“Quando procuramos saber os motivos que levaram a diminuição dos recursos e até cortes no cartão, fomos tratados mal de diversas formas pelas agentes Comunitárias de Saúde, Diná e Angelita, e outros funcionários da Secretaria de Assistência Social, como também pela própria Dinorá”, disse triste, Isteane, que completou: “Ligamos no número gratuito de atendimento da CEF, mas nos disseram que somente a coordenação do Programa de Grajaú pode ter acesso às informações sobre as motivações que levaram às diminuições e cortes dos recursos”.

Preocupadas com a situação, as Pastorais Sociais da diocese de Grajaú marcou uma reunião para os beneficiários do Programa, no próximo dia 8, quarta-feira, às 16h, no Salão da Grota da Luz, no Centro. O objetivo é deixar as pessoas esclarecidas a respeito do Programa e como podem agir para solucionar o caso. Ao todo, são mais de 500 beneficiários nessa situação, apenas em Grajaú.

Segundo o coordenador das Pastorais Sociais, João Batista da Silva, será um momento para tirar dúvidas e conhecer melhor cada situação.
Grajaú de Fato esteve na sede da Secretaria de Assistência Social para entrevistar a secretária Rossicléia, como também Dinorá, mas ambas não foram localizadas. No encontro promovido pelas Pastorais Sociais, iremos ouvir suas versões.

Informações adicionais:
Segundo Isteane, depois que iniciou esse movimento, os recursos de 5 beneficiários voltaram ao normal;

De acordo com informações extra-oficiais, o Programa será administrado, a partir de agora, pela Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo, Trabalho, emprego e renda.

A coordenadora Dinorá Veloso, está sendo vista com maus olhos pela repercussão do caso no município.

“Com certeza esse caso foi uma ‘batata quente’ a menos nas mãos da primeira dama e ex-secretária de pasta, Lenilce Arruda”, dizem em Grajaú.

Por Francisco Matias e Fúlvio Costa, da equipe do Grajaú de Fato

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