Um incêndio de grandes proporções continua a devastar parte da Floresta Amazônica no Maranhão, onde fica localizada a reserva indígena dos Araribóias, situada entre os municípios de Arame, Grajaú, Santa Luzia, Bom Jesus, Amarante e Buriticupu, no sudoeste do estado. Quase um terço das terras indígenas virou cinzas.
O combate ao incêndio já dura há um mês e está sendo coordenada pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama. Cento e oitenta Brigadistas do Maranhão, Tocantins, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo tentam conter as chamas, que já destruiu uma área equivalente a 11 mil campos de futebol.
Para controlar as chamas, bombeiros utilizam materiais e equipamentos operacionais, como bombas costais (bombas d’água que os bombeiros usam como uma mochila, nas costas, bombeando água por meio de uma pequena mangueira), abafadores e contam com apoio de um helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA).
O objetivo é extinguir as chamas para que não haja riscos às tribos. A reserva Araribóia abriga cerca de 7.300 índios que vivem distribuídos em 140 aldeias.
As labaredas formam colunas de fumaça com 30 quilômetros de extensão. Não há previsão de encerramento da operação, visto que o parque ambiental é bastante extenso e de difícil acesso.
O desafio é grande porque a área total possui aproximadamente 338 mil quilometros de extensão em matas selvagens.
O cacique Guajajara, Osmar Paulino Guajajara, acusa os madeireiros de serem os responsáveis pelo incêndio.“É o madeireiro. Porque tem madeireiro aqui arrudiando essa mata aqui, ó (sic)”, afirmou.
Além dos Guajajaras e dos Gaviões, que são os donos da reserva Araribóia, o incêndio também ameaça os Awá-Guajás, uma das ultimas tribos nômades da Amazônia brasileira.
Em uma das áreas da selva atingida pelo incêndio, vive um grupo de Awá-Guajás que ainda não tiveram contato com a civilização branca. “São povos primitivos que correm sério risco de serem atingidos pelo incêndio. Há risco ainda deles serem atingidos pelo incêndio”, afirmou Celso Luiz Ambrósio, coordenador da operação.
Segundo a Survival, uma organização internacional que defende os índios no mundo – a tribo Awá-Guajás é uma das mais ameaçadas de extinção no planeta. O exército disponibilizou, desde o dia 1º, homens do 50º Batalhão de Infantaria de Selva para dar apoio a Fundação Nacional do Índio (Funai), ao Ibama e ao Corpo de Bombeiros.