A Vila atende pessoas dos mais diversos estados. Segundo a coordenadora Maria Lizete de Jesus Santos, há pessoas do Maranhão, do Pará, Mato Grosso
Conforme levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o primeiro país do mundo em prevalência de hanseníase. Em 2013 foram diagnosticados 31.044 novos casos, sendo destes 3.739 diagnósticos do Maranhão.
O Brasil é também o primeiro país do mundo em hanseníase em crianças menores de 15 anos, tendo 2.439 crianças diagnosticadas em 2013. No Estado do Maranhão o número é de 370. A Organização Mundial de Saúde indica que, para que um país tenha a hanseníase considerada eliminada, ele não pode possuir um índice superior a 10 casos para cada 100 mil habitantes.
O coeficiente do Brasil de 2013 fechou em 15,44 pessoas a cada 100 habitantes. No Estado do Maranhão os números são alarmantes: 55,03 para cada 100 habitantes. São estes dados oficiais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS-MS).
Dentro do estado, São Luís possui a maior quantidade de casos diagnosticados, contabilizando no total 568 portadores de hanseníase. Em segundo lugar, vem Imperatriz com 167 casos.
Outro desafio para o controle da doença é a subnotificação de novos casos. Por motivos diversos existem vários diagnósticos que não vão pra os números oficiais do Ministério da Saúde. Os dados mostram que para cada caso da doença diagnosticada existem três casos ocultos. Fala-se então de 100 mil pessoas que estão no Brasil sem diagnóstico e tratamento, sendo cerca de 10 mil somente no Maranhão.
Em Grajaú os casos de hanseníase são tratados e acompanhados desde 1971 pela Vila São Marino, instituição mantida pela Diocese de Grajaú. A Vila atende pessoas dos mais diversos estados. Segundo a coordenadora Maria Lizete de Jesus Santos, há pessoas do Maranhão, do Pará, Mato Grosso, que recebem informações do tratamento oferecido pela Vila. O que encontram é um trabalho oferecido com qualidade que supera as expectativas. “Apoiamos pacientes que vêm de muito longe. As informações correm e as pessoas não hesitam em vir conferir, acabam gostando e retornam”, conta.
Desafios
A parte financeira é um ponto superado mês a mês na Vila São Marino. Como acolhe pessoas todos os meses, seja para passar temporada ou para ser tratadas por um longo período, o dinheiro precisa ser devidamente calculado para que se consiga realizar a missão que desempenha junto à pessoa humana. “Não falta o dinheiro, mas temos dificuldades e nós contamos com os benfeitores para que não deixem de colaborar”, diz Lizete que disponibiliza uma conta bancária àqueles que querem colaborar com qualquer valor. O dinheiro cai na conta da Diocese de Grajaú, mas é revestido ao São Marino.
Bradesco
AG 723-4
Conta Corrente 9322-9
Diocese de Grajaú
As pessoas também podem doar alimentos na própria Vila.
Número
31.044 novos casos no Brasil
3.739 diagnósticos do Maranhão