Todo início de ano a mesma cena se repete: moradores dos Bairros Canoeiro, Vilinha, Extrema, Vila Tucum e demais setores se aglomeram em frente ao único colégio da rede estadual de ensino Dimas Simas Lima, no Canoeiro, em busca de vagas para o ensino médio.
Neste ano, o problema teve início na noite deste domingo (8) em que pais e jovens viraram a noite para conseguir as disputadas vagas. Munidos de documentos, cadeiras, banquinhos, garrafas de água e até lanche, os interessados só conseguem as vagas depois de muito sacrifício em filas, sob sol e chuva, já que as 225 vagas não suprem a necessidade dos moradores dos quatro bairros mais próximos à unidade de ensino.
Para o diretor da escola, Pedro Bernardino de Almeida Filho, a escola tenta administrar a situação da melhor forma possível para a comunidade, mas ele alega que o problema foge da sua alçada. “As pessoas dizem que querem as vagas dos seus filhos e nós entendemos, mas o problema é que não suportamos a elevada procura”, afirma.
Vagas
De acordo com o diretor, foram disponibilizadas 145 vagas, mas, devido à elevada procura, aumentou para 225 vagas o que vai sobrecarregar as salas de aula. “Teremos 42 alunos por sala e isso irá dificultar o nosso trabalho, mais do que isso não é possível”, lamenta. Em 2015 o Dimas irá contar com uma turma do 1º ano do ensino médio (matutino); uma turma do 2º ano e outra do 3º ano (matutino); cinco turmas do 1º ano do ensino médio (noturno); das turmas da noite, três funcionarão no Colégio Hilton Nunes, cedido pelo Município.
Solução
Pedro Filho declara que a comunidade deve se mobilizar. “A comunidade tem força e deve se organizar para pedir ampliação da escola por parte do Estado”. Uma saída urgente, no entanto, segundo ele, seria o Município tomar as rédeas por meio do transporte escolar. “Outras escolas como o Antônio Francisco dos Reis tem sobrando, mas é distante para os moradores da nossa região estudarem lá; de imediato, o Município, por meio do secretário de educação, Rodrigo Guará, que é muito preocupado com a educação, poderia ver uma saída com o transporte escolar”, sugere.
Vilanir Monteiro da Costa, que mora na Vilinha, chegou ao local por volta das 4h da manhã de hoje e já havia uma fila extensa de pessoas à procura das vagas. Ela busca uma para o filho Fábio da Costa, que deve estudar o 1º ano. “Como todos aqui eu quero a vaga para o meu filho, mas ainda não consegui; não imaginava que ia acontecer uma coisa dessa. Espero que o Estado arrume vagas para todas as mães ficarem conformadas porque eu quero que meu filho estude é aqui”.