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Armazém Novo: uma empresa que observa as mudanças do mercado e do tempo

 Aos 29 anos, José Rodrigues, hoje no alto dos seus 67 anos,
fundava o Armazém Novo, na Rua São Paulo do Norte, no centro da cidade. O ramo:
venda de tecidos. O empresário não diz, mas provavelmente o nome da sua loja
foi inspirado no Armazém Paraíba, empresa que ele trabalhou em Teresina (PI)
entre os anos de 1969 e 1975 a quem ele agradece pelo aprendizado que obteve.
“Foi um período que despertou um aprendizado muito bom porque
o Paraíba é uma grande empresa que se funcionário trabalha de maneira correta, evolui
profissionalmente. Por sinal, temos várias empresas em Grajaú que surgiram após
os donos trabalharem para o Grupo: Feirão dos Móveis Magazine; Casa Lins; Lojas
Sorriso; Bazolão e outras”, disse Rodrigues que trabalhou diretamente com o
dono do Paraíba, João Claudino.
Grajaú de Fato se interessou em contar a história do Armazém
Novo porque se trata de uma das lojas mais antigas da cidade ainda em atuação.
É também uma empresa questionada por quem bate-pernas pelo centro: poucos
artigos expostos, fachada ultrapassada e apenas um ou dois funcionários que são
os próprios donos. Outra, ocupa um prédio de 400 m² ambicionado por grandes
empresas, conforme você verá nas próximas linhas.
José Rodrigues começou a empreender em Grajaú vendendo em
sacola como mascate. Pouco tempo depois adquiriu uma parte do prédio da sua
loja, que antes era uma garagem do Sr. Dorival Azevedo e construiu o que ainda
hoje é o Armazém Novo. O negócio deu certo, Rodrigues comprou a outra parte do
prédio que dá de fundos com a Rua dos Vicentinos e pouco tempo depois estendeu
o empreendimento para outras cidades: Balsas, Açailândia e Tasso Fragoso.
A década de 1980 foi a época de ouro para o Armazém Novo. A
loja chegou a ser referência no ramo
de tecidos em Grajaú. O movimento era
intenso na época e o proprietário contava com 15 funcionários. Como poucos pensam,
a decadência da empresa aconteceu de propósito, segundo conta José Rodrigues.
“Foi um período muito bom, ganhei muito dinheiro, mas cansei de ‘estar para lá
e para cá’, por isso resolvi vender as lojas das outras cidades”, disparou. A
loja de Balsas, que funcionou na Praça Balduíno foi vendida para Wilson Mateus,
proprietário do Grupo Mateus; a loja de Açailândia para um empresário de nome
Benjamin, conhecido por Zé da Ema e a de Tasso Fragoso para um empresário
local.
Na década de 1990 o Armazém Novo ainda apresentava força,
mas aos poucos foi deixando de ser uma referência. Nos anos 2000 já era apenas
um comércio vazio, sem renovação de estoque e o mercado da cidade só crescia e
se desenvolvia. Essa evolução e perda de espaço tem sido acompanhada por José
Rodrigues que vê com alegria e esperança o crescimento de Grajaú. “O
desenvolvimento chega de uma maneira surpreendente. De dez anos para cá muita
coisa mudou e temos ainda o gesso com uma reserva incalculável, a agricultura e
a pecuária, além da lavoura”.
O empresário dá expediente todos os dias na última loja que
lhe restou, de segunda-feira à sexta-feira, das 8h às 17h30 motivado apenas
pelo objetivo de deixar o estabelecimento aos filhos. Um deles, que mora em
Brasília, já deu sinal ao pai que retornará a Grajaú para trazer o negócio ao
mercado. “Ele quer prosseguir no ramo de tecidos, confecções, calçados e
artefatos”, comenta o Sr. Rodrigues que já chegou a comprar nos anos de 1980
dois carregamentos de tecidos por mês quando o movimento em sua loja era
invejável. De acordo com ele, as pessoas, antigos clientes e amigos, pedem o
sortimento do estabelecimento como outrora.  
Com o pouco movimento, resta ao tranquilo José Rodrigues,
que hoje tem duas fazendas, uma na Bela Estrela e outra no São Rafael, apenas
continuar os trabalhos no Armazém, segundo ele, aguardando o momento de passar
aos filhos. “Meu objetivo com a loja é apenas deixar uma chama acesa do
empreendimento que já foi um dia tão importante para Grajaú. É uma relíquia que
irei guardar para deixar aos meus filhos. Não vendo porque não quero me isolar;
aqui eu passo o tempo”.
Na loja, o empresário “passa o tempo” confeccionando redes
de pesca, tarefa que ele faz por prazer e intitula de ‘terapia ocupacional’. “Faço
as redes diariamente. Quando eu estou preocupado com alguma coisa, passo 20 ou
30 minutos tecendo e pronto, o estresse vai embora. Para mim é uma terapia
ocupacional”.
Propostas de compra
do estabelecimento
O prédio do Armazém Novo tem 400 m², fica de frente a duas
ruas, São Paulo do Norte e dos Vicentinos e tem estrutura pronta para receber
quatro pavimentos. Por isso, é um imóvel valorizado que hora e outra recebe
propostas de compra por parte de grandes empresas. “O Banco Bradesco já me
ofereceu R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais). O mesmo valor foi oferecido
pelo Grupo Liliane de Imperatriz, mas eu não pretendo negociá-lo”, garante. 
MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL IMPRESSO, EDIÇÃO Nº 3
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