Um estádio construído por anos e anos a fio. Por décadas foi apenas um elefante branco, um monumento inacabado e motivo de vários questionamentos por parte da população grajauense, até a inauguração em abril de 2014. Quase um ano depois, as chuvas fazem seu primeiro grande teste na infraestrutura que custou milhões aos cofres públicos e o resultado está aí: o campeonato que parece não ter fim mais uma vez está sob ameaça.
No último domingo (1º) as fortes chuvas que caem sob Grajaú adiaram a esperada partida entre Vila Nova e Trizidela pelas quartas de final da 1ª Divisão do Campeonato Grajauense. Na noite do dia anterior, 28 de fevereiro, as chuvas deixaram o gramado totalmente encharcado e sem condições de jogo. Na manhã seguinte a equipe do Vila Nova, ansiosa pela partida, até tentou tirar a água com baldes e rodos, em vão.
A equipe de arbitragem decidiu por garantir integridade física dos jogadores. “Analisamos a situação do campo e chegamos à conclusão de que não tem condições de haver jogo; infelizmente não podemos fazer nada e devemos preservar os jogadores de acidentes”, declarou o coordenador da equipe de árbitros da Liga Esportiva Grajauense (LEG), Francisco de Assis (Chiquim), que apitaria a partida naquele dia.
A decisão, porém, não foi bem recebida por todos. O técnico do Vila Nova, João Alberto (Mangabinha), ameaçou retirar o seu time do campeonato caso a partida não acontecesse naquele dia. “Tinha condições de jogo, já tivemos situações semelhantes. Um jogo contra o Vila Viana foi a mesma coisa: choveu por uma hora e jogados e nem por isso saiu jogador com braço ou perna quebrados. Não iremos mais jogar o campeonato e o nosso time está fora, pois tivemos um mês de trabalho e dinheiro jogados no lixo”.
Infraestrutura
Para o presidente da Associação Esportiva da Trizidela, Ronie Cézar Sousa Gama, a situação foge da alçada dos times. “É um problema de infraestrutura; a drenagem do campo não consegue suportar as chuvas que vêm caindo nos últimos dias sobre Grajaú. Esse não foi o primeiro jogo adiado por esse motivo”, lamentou. “Tenho certeza que os árbitros tomaram a decisão correta de cancelar o jogo para garantir a integridade física dos jogadores. Eles estão de parabéns. O Trizidela não concorda que jogo nenhum aconteça nessas situações, pois os jogadores são todos pais de família. O presidente da LEG avisou sobre a situação do campo para os times, mas alguns vieram por que quiseram. Nessa situação e sem drenagem é claro que o campo precisa de uns dias para se recompor”.
O presidente da LEG, Cristiano Fontenele, também lamentou a situação e atribui o problema à falta de fiscalização nas obras públicas. O jogo, segundo ele, será remarcado. “Infelizmente por força da natureza ficamos impossibilitados de realizar essa partida, mas como rege o estatuto da LEG, nós vamos remarcar dia e hora para a realização da partida. Todos sabem que esse campo foi entregue na gestão passada, sem a devida fiscalização e a atual administração tem mais esse problema para resolver; acontece esse tipo de situação que nos deparamos hoje, por falta de fiscalização nas obras públicas”.