A reserva Arariboia que abrange a região de Amarante, Arame, Buriticupu, Santa Luzia e Bom Jardim das Selvas permanece atingida por um incêndio que teve início no domingo (20) nas proximidades das aldeias Lagoa Comprida, Zutiwa e Angico Torto e Canudal.
O Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prev-fogo) do Ibama/MA tenta conter o incêndio que já consumiu cerca de 20 km de matas. O desafio é grande porque a área total possui aproximadamente 338.000 mil km de extensão em matas selvagens.
A brigada do Prev-Fogo, que trabalha na reserva há mais de dois dias, utiliza o bombeio de água com o equipamento nas costas, além de abafadores para impedir o avanço do fogo.
A situação é emergencial e já colocou a FUNAI no Distrito Federal em alerta. O Ibama tem sido alvo de críticas por manter os carros estacionados nos pátios esperando padronização com a colocação de adesivos, enquanto o incêndio toma conta reserva Arariboia.
Setores ligados à causa indígena têm alertado as autoridades para o problema. O grupo Amigos dos Povos Indígenas do Maranhão (APIMA) informou que a Aldeia Jacaré da tribo Guajá, foi cercada pelo fogo e eles temem que haja vítimas no local. Outra grande preocupação é com grupos de Awa, indígenas isolados que habitam a região e são os mais ameaçados do Brasil, conforme campanha da Survival International.
Rosimeire Diniz, da coordenação do Centro Indigenista Missionário (Cimi) em São Luís (MA), relata que hoje, 25, o fogo continua descontrolado e já queima algumas casas da aldeia. A fumaça toma conta das aldeias, os bichos estão morrendo, as casas pegam fogo deixando as famílias desesperadas. “A população pede socorro, pois somente a brigada indígena não está dando conta de combater o fogo que se alastra rapidamente”.
As chamas prosseguem no interior da reserva e, vários povoados também foram atingidos. Os brigadistas fazem o que podem até receberem a ajuda esperada.
De acordo com o Portal de Monitoramento de Queimadas e Incêndios, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em 2015, o Maranhão ocupa a terceira posição no ranking de focos de queimadas no país, atrás apenas dos estados do Mato Grosso e Pará.
A Terra Indígena Araribóia tem 413 mil hectares e foi homologada em 1990 sendo habitada por cerca de 10 mil indígenas Guajajara.