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Artigo: A quem interessa o fechamento da maternidade do Hospital São Francisco?

PROF. MARCIO VIANA

Assistindo a reportagem da TV Mirante sobre o fechamento do Hospital São Francisco de Assis, tenho me perguntado a quem interessa o encerramento dessa Casa de Saúde tão importante para o desenvolvimento do município e região. A grande maioria que tem sofrido com o encerramento das atividades ou uma minoria que tem sido beneficiada com os recursos que eram para ser direcionados à conservação da maternidade?

O Hospital São Francisco foi construído em 1950, a partir de uma iniciativa do então médico capuchinho Frei Alberto Bereta que dedicou a maior parte da sua vida ao atendimento de pessoas carentes sem pedir nada em troca. Um verdadeiro ato de amor e abnegação ao próximo.

A Carta Magna no seu artigo 6º diz: são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Deste modo é direito de todo e qualquer cidadão usufruir desses direitos e dever do poder público federal, estadual e municipal zelarem pelo cumprimento desse preceito constitucional.

Servo de Deus, Frei Alberto Beretta

Quando temos o pleno cumprimento das leis constitucionais em um município, estamos diante da verdadeira política aristotélica, ao contrário, desembocaremos na velha politicagem maquiavélica que dar-se-á quando os verdadeiros princípios democráticos são invertidos em nome de uma minoria que visa seus próprios interesses. Ao afirmar isso queria responder a pergunta acima lançada: a quem interessa o fechamento da maternidade do Hospital São Francisco de Assis? Com certeza a uma minoria de pessoas patrimonialistas da cidade de Grajaú que têm se beneficiado com os recursos da saúde municipal apenas para aumentar o seu patrimônio pessoal.

Assim sendo, é mister explicar o termo patrimonialista, colocado para fazer referência a algumas pessoas que exercem cargo de confiança no atual governo municipal e tem utilizado os recursos públicos para favorecer interesses familiares.

Como explicação, posso dizer que o verbete patrimonialismo é uma herança maldita do sistema colonial, pois, desde o regime imperial há uma confusão entre o que é público e o que é privado. E isso perdura hoje, em todas as esferas da República Federativa do Brasil, vide último escândalo Petrobrás onde interesses privados sobrepujaram necessidades públicas.

Portanto, precisamos mobilizar a sociedade civil organizada de Grajaú que se encontra nesse momento inerte e recorrer às instâncias superiores: governo federal e estadual para que a maternidade seja reaberta e volte a atender as gestantes dessa importante região.

*Professor Marcio Viana é filósofo e colunista do Jornal Grajaú de Fato

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