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Translação

ALINE LIMA

Eis que em mais um de seus movimentos de translação, nosso planeta dá outra de suas voltinhas ao redor do sol, encerra-se o ciclo de 365 dias, assim temos o fim de mais um ano e consequentemente o começo de outro. Um ano todinho novo para listas de objetivos, para novas promessas ou para a repetição das mesmas, que são sempre feitas e nunca cumpridas, para novos planos e expectativas mil.

Li outro dia um texto de Drummond o qual dizia que o ano novo dorme e espera desde sempre dentro de cada um de nós… Ah esse Drummond sempre me fazendo suspirar… Mas deixando de lado esse meu lapso de romantismo e retomando o meu raciocínio, esse lindo pensamento do meu adorado poeta,  traduz muito bem a minha impressão de que  essa renovação de esperanças, essa vontade de dar certo que experimentamos a cada virada, deveriam manifestarem-se  sempre, afinal temos dias novos, semanas e meses novos, por que termos essa vontade,  essa coragem e otimismo apenas no fim de cada ano ?

Não estou renegando a atmosfera mágica de nascimento do ano que vai começar e muito menos o encantamento da ideia de  renascimento de nós mesmos típicos do réveillon, mas acredito  que seriamos muito mais realizados se tivéssemos essa empolgação e disposição para o novo permanentemente em nós,  independente do calendário.

Renovar as esperanças é ótimo, mas vamos nos lembrar que ter esperanças é algo muito diferente de esperar, esperar e esperar, seja pelo fim do ano, ou por qualquer outra coisa. Cada um de nós traz em si a capacidade necessária para realizar o que se quer, para transformar o que não nos serve mais, para vivenciar o novo, e isso não está condicionado a data alguma.

Até mesmo porque, é exigir demais do ano que ainda nem nasceu que assuma a responsabilidade de realizar os nossos desejos e sonhos e muita covardia atribuir o peso das nossas frustrações e fracassos ao ano velho que já se foi.

Nada do que eu disse aqui  expressa uma racionalização fria sobre o ritual de passagem de ano e toda a sua simbologia de renovação e renascimento, não tenho a intenção de acabar com o encantamento de ninguém, eu sei bem o quanto a ilusão é necessária para a nossa espécie, não  estou defendendo  que se acabe com nada disso, muito pelo contrário, o que eu realmente desejo  é que  celebremos o novo a cada dia de nossas vidas e não somente a cada fim de ano.

Então minha gente, que façamos por merecer o novo e as suas infinitas possibilidades, que tenhamos esperança, mas que não nos contentemos em apenas esperar, que façamos acontecer o ano que virá.

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Redação Grajaú de Fato
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